VÁ DEVAGAR COM A ORAÇÃO

Quando nos aventuramos a orar, toda palavra pode, em algum momento, passar a significar exatamente aquilo que significa e levar-nos a um envolvimento com um Deus santo e que deseja nossa santidade. O máximo que esperávamos era uma conversinha religiosa, uma fofoquinha sobrenatural, e, de repente, somos envolvidos em algo eterno, sem que fosse essa a nossa intenção e sem que houvéssemos calculado as consequências.

É por isso que tantos mestres antigos aconselham cautela: "Vá devagar com a oração", pois ela não é um empreendimento no qual se possa entrar levianamente. Ao orar, estamos usando palavras que nos levam à proximidade de outras que despedaçam cedros, fazem tremer os desertos e desnudam os bosques (Sl 29:5-9).

Usamos as palavras que podem deixar-nos trêmulos e de espírito quebrantado: "Ai de mim! Estou perdido! porque sou homem de lábios impuros...!" (Is 6:5). Ao orar, temos grandes oportunidades de ir parar em um lugar no qual, definitivamente, nunca quisemos estar. Protestamos com raiva, preferindo morrer a ter o tipo de vida que Deus insiste em, imprudentemente, empurrar sobre nós: "Peço-te, pois, ó SENHOR, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver" (Jn 4:3).

Desejamos viver de acordo com nossas condições, e a oração coloca-nos sob o risco de envolvermo-nos com as condições de Deus, das quais não queremos. Vá devagar com a oração, porque, na maior parte das vezes, ela não traz aquilo a que aspiramos, mas o que Deus quer e que pode ser bem diferente do que entendemos como sendo nosso melhor interesse. E, quando percebemos o que está acontecendo, comumente é muito tarde para voltar atrás.

Vá devagar com a oração.


Texto extraído do livro: Um Pastor segundo o coração de Deus.

Escrito por Eugene Peterson

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